O aumento do abate de bovinos na Argentina e as exportações limitadas pelo governo na primeira metade de 2009 fizeram com que sobrasse mais carne no mercado interno. Aliás, era justamente esta a intenção do governo quando foi imposto o controle das exportações, a fim de manter os preços no mercado interno e controlar a inflação, através da boa disponibilidade de carne.
Com isso, segundo dados da Câmara da Indústria da Carne Argentina (CICCRA), analisando os primeiros seis meses do ano, 2009 foi o ano com o maior consumo per capita de carne bovina da Argentina. Observe na figura 1.
O problema é que a medida do governo pode acabar alterando a pecuária argentina. Com os preços menos atrativos, muitos pecuaristas aumentaram o abate e o que no momento aumenta a oferta de carne, vai provocar queda da produção nos próximos anos (devido à diminuição do rebanho). Além disso, a pecuária na Argentina está migrando para áreas com terras de menor qualidade, o que poderá afetar também a ótima qualidade da carne argentina, reconhecida mundialmente.
Para o Brasil pode ser bom, já que existe a chance de ocupar o seu espaço no mercado internacional e eventualmente até vender carne para o país vizinho. Mas para a Argentina é um retrocesso.
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